01 – Abu Simbel
As Pirâmides de Gizé e a Esfinge são as atrações que fazem a fama do Egito mundo afora, mas é o Templo de Abu Simbel que arranca aquele “oh” de admiração do fundo da gente. São quatro efígies – ou três e meia, já que uma delas foi destruída – do faraó Ramsés II esculpidas em pedra, em dimensões colossais. Egocentrismo faraônico é pouco!
Mas, brincadeiras à parte, a proposta do templo de Abu Simbel é essa mesmo: ao contrário de quase todos os templos egípcios, que eram destinados aos deuses, esse foi construído para ser o templo de pura ostentação, digamos assim, do poder do Faraó Ramsés, especialmente para os seus inimigos. Por isso, é tão difícil chegar nele: Abu Simbel fica quase na divisa do Egito com o Sudão (antiga Núbia), e fica a cerca de três horas de estrada da cidade de Aswan, no sul do país
02 – Templo de Philae – ou templo de Ísis
Aproveite que para conhecer o Templo de Abu Simbel é preciso montar base na cidade de Aswan e organize sua viagem para ir também a este, que fica bem na cidade e é mais fácil de chegar. A visita é válida por ser um dos templos mais bonitos – é preciso pegar um pequeno barco para chegar lá, e tem-se a vista de ruínas cercadas de águas e palmeiras.
Dizem que Cleópatra frequentava o Templo de Ísis em busca de orientação. Mas, quando você for, repare em um aspecto curioso: Philae é, de certa forma, o templo mais “feminino” do Egito. Isso porque foi construído em homenagem à deusa Ísis, uma das mais fortes da mitologia egípcia, e era usado como local de cerimônias em homenagem a ela, feitas por muitas sacerdotisas. Reza a lenda que Cleópatra viajou mais de uma vez para lá para fazer oferendas, receber bênçãos e até buscar orientação espiritual e até amorosa.
O passeio pode ser feito na metade de um dia, e é uma ótima opção para fazer depois de voltar de Abu Simbel – e ter a visão de como eram os dois mundos (um extremamente masculino e outro delicadamente feminino) há milênios atrás.
03- Passeio e pernoite no Nilo
A experiência de navegar pelo Nilo é inesquecível. Afinal, o rio está intimamente relacionado à economia, geografia, história e religião do Egito desde o tempo dos faraós, de modo que navegar sobre suas águas é, de certa forma, repetir o mesmo percurso que os antigos egípcios fizeram há tanto tempo… Fora, ainda, que é um passeio muito bonito pelas paisagens nas margens!
O melhor ponto de partida para a viagem pelo Nilo é saindo da cidade de Aswan e subindo o rio em direção ao Cairo. Você pode escolher a opção “cruzeiro”, que é a mais popular e confortável, ou a felluca, como são chamados os barcos à vela típicos da região.
04- Voo de balão sobre o Vale dos Reis
Lá do alto você tem uma visão privilegiada das principais ruínas, como o Templo de Hatshepsut (a primeira mulher faraó da história), o de Luxor e o de Karnak (outra visita obrigatória). Mas o destaque, mesmo, é o Vale dos Reis, que merece a visita tanto do alto quanto de perto – depois do passeio de balão, peça para o seu guia levá-lo até a entrada do Vale, onde você pode visitar os templos de diversos faraós; alguns ainda possuem as inscrições e pinturas dos hieróglifos muito nítidas até hoje. Foi lá também onde foi descoberto o famoso túmulo de Tutancâmon.
Anote a dica: esse passeio acontece na cidade de Luxor, que merece pelo menos três dias da sua viagem, e onde é possível chegar facilmente de trem ou de avião vindo de Aswan ou da capital, Cairo.
05- Templo de Karnak
Esta é outra dobradinha de passeios imperdíveis que também fica em Luxor. Mas, antes de você chegar às ruínas, fica o aviso: o templo é mais interessante ainda se a gente olhar para ele pelos números. Sim, isso mesmo: números.
Primeiro, porque o templo levou quase dois mil anos para ser totalmente construído – isso porque cada faraó e dinastia resolvia anexar uma parte extra a ele, e, como o desfile de egos já existia desde aquela época, cada um queria que a sua parte fosse mais exuberante que a do outro. Por isso, o que não faltou foi gente trabalhando: estudos apontam que mais de 80 mil pessoas trabalharam ali por todo esse período. E, se não bastasse, por mais mil anos todo o templo ficou submerso nas areias do deserto.
Com isso em mente, vá conhecer – e reconhecer – a beleza e os detalhes do templo, presentes nas inscrições que ainda existem, nas imagens esculpidas (algumas com resquícios da tinta original) e, especialmente, no salão principal do templo, que possui 134 colunas imponentes de pedra maciça, cada uma com 21 metros de altura. Durante muitos séculos, foi o maior salão já construído pelo homem.
06- White Desert
Aviso: este é um passeio para os aventureiros – e por esse mesmo motivo, não costuma ser sempre oferecido nos roteiros pelo Egito mais tradicionais. Mas quem topar vai seguir em poderosos jipes 4×4 que saem de Luxor e seguem para o oeste, em direção ao deserto e aos oásis egípcios.
O passeio pelo deserto (sim, ele, mesmo, o Saara) é bonito, mas a parte inicial da viagem pode ser até bastante cansativa e monótona: não tem muito mais para ver além de enormes imensidões de areia. A coisa muda de figura, porém, ao chegar perto de uma pequena cidade chamada Farafra, uma espécie de oásis (embora não dos mais poéticos) no meio do deserto.
É ali que a geografia do deserto muda, e rochas e formações geológicas brancas começam a despontar pela paisagem. Muitas delas foram “esculpidas” pelo vento, em formas muito interessantes: de um coelho, um cogumelo, uma galinha…
O visual é fantástico, e é a oportunidade de tirar fotos belíssimas, especialmente no pôr do sol, em que a luz enviesada faz tudo ficar mais interessante.
07- Conhecer um oásis autêntico
O oásis Siwa, fica quase na fronteira do Egito com a Líbia e é bem difícil de chegar: prepare-se para uma monótona viagem de carro de aproximadamente 10 horas a partir de Alexandria (porque não tem aeroporto ou trem para lá).
No entanto, não conheço nenhum viajante que não tenha eleito Siwa como a melhor surpresa do Egito. Exatamente por ser tão distante e escondida nas enormes dunas do deserto, Siwa preservou uma economia e um estilo de vida todo seu, com um povo acolhedor e uma paisagem especial: rústica, cheia de coqueiros e de fontes de água. Isso sem falar na gastronomia local única e absolutamente deliciosa. Não espere muitos produtos industrializados – como Siwa é difícil de chegar, tudo lá é fresco e preparado na hora.
Outro destaque de Siwa é o Oráculo, que atraiu viajantes – em condições de viagem bem piores do que a nossa. O mais famoso deles, aliás, foi ninguém menos que Alexandre o Grande. Dá para ver que Siwa é um destino bem frequentado e já não é de hoje.
08- Dahab
Três motivos para você conhecer Dahab: mergulho, bicicleta e comida! Mas a ordem fica por sua conta!
Dahab é uma cidade pequenininha que fica na Península de Sinai, na costa do Mar Vermelho. Como uma cidade litorânea, tem aquela vibe descontraída e colorida de mar e sol, mas, por ser pequenininha, não tem aquela imponência luxuosa (e impessoal) dos resorts da vizinha famosa, Sharm-El-Sheik. Pelo contrário: Dahab tem um jeitinho de Porto de Galinhas há alguns anos atrás. Tanto que, para ir para lá, você deve pegar um ônibus saindo do Cairo (são sete horas de estrada) ou um dos voos para Sharm-El-Sheik, para seguir de lá por terra até Dahab.
A praia, você vai reparar, não é grandes coisas, mas o forte de Dahab está debaixo d’água: o Mar Vermelho é considerado um dos melhores pontos de mergulho com cilindro do mundo, competindo lado a lado com a Grande Barreira de Corais australiana. Iniciantes e iniciados podem fazer o aluguel de equipamento de mergulho e aulas de batismo com as principais empresas da cidade – e, diga-se de passagem, a preços bem amigos. Já o pós-praia pode ser feito na cidade: o vilarejo é bem simpático, cheio de hotéis a beira-mar e lojinhas coloridas e interessantes, com direito a um calçadão para passear de bicicleta, que são facilmente alugáveis em qualquer lugar da cidade.
09- Museu do Cairo
Quem já foi à ala egípcia do Museu Britânico de Londres ou do Louvre de Paris pode torcer o nariz quando chegar ao Museu do Cairo. A exposição das peças não tem nem de longe o mesmo cuidado, e a falta de informação sobre o acervo é gritante.
Vá do mesmo jeito: mesmo assim, o Museu do Cairo reúne – por motivos óbvios – o maior acervo de peças do Egito Antigo do mundo, entre elas a famosa máscara mortuária de Tutancâmon (ver a riqueza de detalhes da máscara de perto e pensar que tudo aquilo é só uma pequena amostra do que era feito há milênios atrás já vale o ingresso). Lá, você também pode ver os bustos de Akhenaton (o faraó “herege”, pai de Tutancâmon e casado com Nefertiti) e a múmia de Ramsés II (o tal que construiu o templo de Abu Simbel, lá de cima). Isso sem contar outras peças interessantíssimas.
10- Pirâmides
Diferente do que a maioria das pessoas pensam, as Pirâmides não ficam em meio ao deserto, mas em uma região cercada de areia a 18km de Cairo. O passeio dura metade de um dia e é um dos mais emocionantes do Egito se você estiver preparado.